Em meio a tantos romances descartáveis, conheça histórias de amores (im)possíveis
Neto Lucon (JUNIOR 12)
Noitadas semanais, pegação, sexo rápido e fácil. Falar de
amor já virou piada em algumas rodas gays. Mas não para algumas pessoas que,
além de se entregarem ao sentimento, decidiram arriscar mundos e fundos em uma
relação quase impossível.
São as famosas “loucuras de amor”, que podem ser
consideradas meras ilusões aos desacreditados, mas é o que movimenta e dá
sentido à vida dos eternos apaixonados. Apesar dos medos, a relação pode dar certo, sim. Basta se
apaixonar de verdade e investir em quem você quer e corresponde!
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No filme "My own private Idaho", Mile, personagem de River Phoenix, se apaixona pelo garoto de programa hétero Scott, de Keanu Reeves. |
“Ele falava que era hétero e dizia que não achava certo o amor entre dois homens”
Qual gay nunca se apaixonou por um homem que garantisse ser
hétero ou que morresse de medo que alguém descobrisse sua homossexualidade?
Esse foi o grande dilema do paulistano Rogério, de 26 anos, ao conhecer o atual
namorado Rodrigo, de 23.
Apesar de ter a sexualidade aceita pela família e amigos, Rogério enfrentava o conservadorismo dos entes do parceiro, além de suas próprias indagações. Afinal, era a primeira vez que Rodrigo se relacionava com outro homem.
Apesar de ter a sexualidade aceita pela família e amigos, Rogério enfrentava o conservadorismo dos entes do parceiro, além de suas próprias indagações. Afinal, era a primeira vez que Rodrigo se relacionava com outro homem.
Essa história, marcada por altos e baixos, começou em uma
sala de bate-papo, onde ambos procuravam apenas por sexo casual. “Eu tinha
acabado de sair de um relacionamento e Rodrigo também, mas o dele era com uma
mulher”.
Eles marcaram um encontro em uma cafeteria, depois seguiram
para a casa de Rogério. A noite de sexo foi “uma delícia”, intensa, mas ele não esperava
mais ver Rodrigo, uma vez que o jovem acabava de sair de um compromisso, além
dos problemas com a própria sexualidade.
Mas os encontros continuaram e Rogério, sem perceber, estava
mais envolvido do que poderia imaginar. Tanto que deixou de se relacionar e
pensar em outros homens. “Em nosso quarto encontro, depois de fazermos amor,
ficamos por quase três horas deitados, nus, no sofá da sala, ouvindo nossas
músicas preferidas. Foi aí que me apaixonei”, declarou.
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No filme, Mike chega a se declarar a Scott. A história toma outro rumo quando uma mulher aparece na relação. |
Rodrigo, porém, começou a fazer altos questionamentos e
negar o sentimento por Rogério. As conversas por e-mail sobre o assunto foram
extensas. Rodrigo dizia que não achava certo dois homens se amar e Rogério
começou a sentir medo de perder para sempre o amado. A palavra terminar era
constante na relação.
“Certa vez o vi chegar em casa de manhã e me deu apenas um
beijo no rosto. Eu viajaria no dia seguinte para passar o Natal com meus pais e
soube, naquele momento, que tínhamos perdido um ao outro”.
No dia seguinte, antes de viajar, Rodrigou ligou desejando
boa viagem e Rogério, mais que depressa, disse que queria vê-lo. Com as malas
na mão, ele foi até a cafeteria – a mesma do primeiro encontro – e entregou um
envelope. “Dento dele havia 365 papéis cortados, escrito: Vale um beijo. Disse
que, se dependesse de mim, só de mim, cuidaria dele e dos seus medos por muitos
anos”.
Um novo mal-estar ocorreu durante uma festa do primo de
Rodrigo – os familiares desconfiaram – e o namoro (que não era chamado assim)
ficou ainda mais sensível. Rogério declarou que aceitaria que o amado ficasse com
outras mulheres para satisfazer a família, mas ele foi surpreendido quando tomou
coragem e afirmou que só aceitaria, pois o amava demais.
“Ele olhou bem nos meus olhos e retribuiu: 'Eu amo você também, não vou ficar com mais ninguém'. Chorei muito, sentindo que uma tonelada havia saído de cima do meu peito”, conta emocionado.
“Ele olhou bem nos meus olhos e retribuiu: 'Eu amo você também, não vou ficar com mais ninguém'. Chorei muito, sentindo que uma tonelada havia saído de cima do meu peito”, conta emocionado.
Desde então, o casal completou um ano de namoro. “Já
viajamos para lugares lindos, nos amamos muito, nunca brigamos e somos
totalmente realizados”. É claro que muita coisa ainda precisa ser vencida em
relação a auto-aceitação, mas o preconceito está cada vez menor.
“O amor que tenho por Rodrigo me faz respeitar o tempo dele.
Em troca, recebo amor e felicidade”, diz o apaixonado Rogério.
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O que fazer quando nos apaixonamos por um hétero? |
Um comentário
muito linda essa reportagem adorei..parabens
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